Ponte do Curuá vai homenagear seu idealizador

Um dos mais antigos idealizadores da integração dos municípios da Calha Norte deverá ser homenageado pelo Governo do Estado com a construção da ponte sobre o Rio Curuá. É José Rafael Valente, personalidade alenquerense que tem sua trajetória política marcada pela luta em favor da redemocratização do País e pela dedicação ao município, do qual foi prefeito  por duas vezes. No dia 29, apresentamos projeto de lei solicitando essa homenagem.  
A construção da ponte sobre o rio Curuá é um sonho antigo da população dos municípios da Calha Norte. Zé Valente, como era mais conhecido, fez a proposta de sua construção ao então governador Aloysio Chaves, em 1975. Em fevereiro deste ano, o governador Simão Jatene visitou o município é autorizou a construção da ponte, que terá um investimento de R$ 11,2 milhões e beneficiará mais de um milhão de moradores da região.
            Com cerca de 360 metros a ponte será em concreto, no trecho entre a  PA-439 (Onças) e o Rio Curuá, ligando os municípios de Óbidos e Alenquer, além de integrar vários outros municípios da região do Oeste do Pará. Essa ponte impulsionará a economia local, permitindo o escoamento da produção agrícola e extrativista da região. Ela trará desenvolvimento político, econômico e socia. Minha proposta vai tramitar nas comissões técnicas e depois será apreciada em plenário. Se aprovada, será submetida à decisão do Poder Executivo.

O alenquerense Zé Valente foi um dos mais destacados políticos do município de Alenquer. Trabalhou pela redemocratização do país, desde 1945 até sua morte com quase 90 anos. Tinha apenas o curso primário, mas era autodidata, contumaz devorador de livros – conhecia profundamente o Código Eleitoral -, incursionou pela poesia, foi músico, exímio clarinetista e solista de belas valsas ao violão; integrou a Banda de Música da Cidade. Trabalhou no jornal O Alequerense; projeto seringueiro de Henry Ford, em Fordlândia; fiscal de rendas na Prefeitura de Alenquer. Dedicou-se ainda à pecuária e ao  comércio. Por sete anos consecutivos, de 1951 a 1958, atuou como promotor público da Comarca de Alenquer, notabilizando-se, graças ao dom da oratória e aos seus conhecimentos jurídicos de autodidata, nas sessões do Tribunal do Júri. Foi prefeito do município em 1958, pela Coligação Democrática Paraense; e em 1966, pela Aliança Renovadora Nacional (Arena). Suas gestões foram marcadas por acentuada preocupação com a educação.