A
política determinada e séria de Almir Gabriel imprimiu um novo modelo de gestão
ao Pará. Essa gestão fez escola e mudou os rumos do nosso Estado. Existe um
Estado antes e depois de Almir. Existe uma capital paraense antes e depois de
Almir. E existe um Sistema de Saúde no Brasil antes e depois de Almir. Ex-senador,
ex-governador, ex-prefeito e ex-secretário de saúde. Almir Gabriel sai hoje da
vida para a história, sendo que foi para o Estado um político de plenas
realizações, com obras significantes no Pará de ponta a ponta.
Os dois mandatos de Almir, primeiro e único -
até então - governador reeleito no Pará, foram marcados pelo investimento em obras
de impacto socioeconômico. Em infra-estrutura,
por exemplo: Tramoeste, novo Estádio
Olímpico (Mangueirão), Macrodrenagem de
Belém, Alça Viária, porto de Vila do
Conde, entre outros. Deixou seu nome também na área de turismo: reformulou a
orla do Maçarico, em Salinópolis; e revitalizou diversos pontos turísticos de
Belém: Forte do Castelo, a Casa das Onze Janelas, a Catedral da Sé, a
Igreja de Santo Alexandre e o Mangal das Garças. Ousando mais ainda, transformou
o velho e polêmico Presídio de São José num pólo joalheiro (São José Liberto),
enviando os presos para penitenciárias mais modernas. O Ápice de sua investida no turismo foi
transformar o antigo, maltratado e decadente porto de Belém no complexo da Estação
das Docas, cartão postal da cidade e ponto de referência no turismo brasileiro.
No
Brasil, sua trajetória se confunde com o período de retorno e fortalecimento da
democracia, sendo um dos fundadores do PSDB (1988), juntamente com Mário Covas,
Franco Montoro, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, José Richa, Afonso Arinos
e Teotônio Vilela, entre outras personalidades da política brasileira. Almir foi candidato a vice-presidente na chapa
de Mário Covas à presidência da República, em 1989, já pelo recém-criado PSDB.
Derrotados no primeiro turno, eles se uniram ao PT para enfrentar Collor de Mello,
que saiu vencedor da disputa.
Estando entre
os congressistas mais atuantes do Brasil, Gabriel foi o senador constituinte
que atuou na formatação do Sistema Único de Saúde (SUS), para que esse o
serviço público entrasse - de fato - na era da modernização. Durante entrevista
à Rádio Câmara, em Brasília, em setembro de 2008, quando das comemorações pelos
20 anos da Constituição Federal, ele destacou que o SUS, foi um dos grandes avanços da
nova Carta: “Há pessoas que ainda reclamam muito do Sistema Único. E eu
concordo porque ele ainda está falhando em algumas coisas. Mas ele constitui um
avanço espetacular na história da assistência médica no Brasil. Se a gente
considera 40, 50 anos atrás, uma pessoa qualquer não tinha direito, não tinha
acesso a uma cirurgia cardíaca, a um transplante, a uma atenção de UTI como
hoje tem". E aqui vale lembrar que
Almir foi um dos maiores pneumologistas do Estado e atuou também junto à classe
médica e na área pública para que fossem realizadas no Pará cirurgias de alta
complexidade, como implantes e transplantes.
Turrão e
polêmico sim. Almir vai ficar marcado na história também por episódios marcados
por esses elementos. Mas também tinha seu lado suave. Lembro que uma vez, ao inaugurar
obras em Alenquer, recusou um convite para entrar na Igreja de Santo Antônio,
padroeiro da cidade, só para não criar discórdia na comunidade evangélica local.
Mas a insistência das senhoras de igreja acabou derrotando seu determinismo e foi
recebido com músicas cantadas especialmente para ele. Ficou emocionado e chorou.
E disse que foi muito bom ter se arrependido e entrado na Igreja. Estava se
sentido melhor.
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