As mobilizações
realizadas nos municípios e capitais brasileiras, desde o início do mês de
junho, representam uma reflexão da sociedade sobre o poder público. Este novo
momento histórico vivenciado pelo país faz com que a sociedade paute o debate
daquilo que considera essencial e contra a inércia do poder político em tomar
decisões importantes para a sociedade. É deste modo que avaliamos todos os
movimentos que temos constatado no Brasil a fora nos últimos dias. Consideramos
as mobilizações oportunas e necessárias.
Lembramos que as
manifestações coletivas nas ruas foram sinalizadas ainda em 2012, na região
Nordeste brasileira, quando a população começou a se manifestar contra o
aumento da tarifa de transporte público. De lá para cá, constatamos diversas
mobilizações em várias capitais e sua intensificação agora no mês de junho
passado.
Esse sentimento de sair
às ruas para reivindicar mudanças é uma resposta efetiva contra tudo aquilo que
atrapalha o desenvolvimento político, econômico, cultural e social dos
brasileiros, ou seja, a ineficiência do poder público, de uma forma geral, que
não consegue atender aos anseios e às necessidades da população nos mais
diversos setores e áreas. Ou então, contra comportamentos que não podem ser
mais tolerados e ignorados, como:
- corrupção, que acarreta
sérios prejuízos à sociedade;
- transportes públicos
deficitários;
- imobilidade urbana;
- agravamento dos
problemas sociais;
- saúde precária,
mas também péssimos médicos que não cumprem seu papel;
- escolas em
péssimas condições, mas também péssimos professores que não cumprem seu
exercício;
- mau político, que não
leva em consideração seus representados;
- mau juiz. E tantas
outras questões que têm sido elencadas pelos movimentos sociais.
Estamos sendo convocados
a alinhar o pensamento entre poder público e sociedade. É preciso entender que
não é o que o político quer, mas o que de fato precisa ser feito. Não é
possível continuar ignorando ou fazendo vista grossa às questões que estão
sendo pautadas pelo coletivo. É hora do conjunto das instituições refletir
sobre o seu verdadeiro papel e compromisso com a sociedade.
Acreditamos que, de
imediato, algumas ações devem ser encaradas de frente, como:
a)
A reforma política – achamos que o problema não será
resolvido com a realização de um plebiscito, mas o Congresso Nacional deve amadurecer
o debate da proposta existente na Casa e votar as mudanças necessárias e
urgentes. Questões como financiamento de campanhas, unificação das datas das
eleições e a questão das coligações devem ter regras claras e alinhadas. As
mudanças têm que vigorar para as eleições de 2014. Não é possível mais esperar.
b)
A revisão da questão tributária – é preciso reequilibrar essa
distribuição tributária, pois precisamos reduzir as desigualdades entre estados e municípios, com objetivo de atender
com obras e serviços essenciais à população;
c)
A revisão do modelo de gestão pública - ter uma estrutura de gestão pública mais
eficiente, que funcione e dê respostas imediatas.
Avaliamos que as mobilizações ou vozes das ruas expressam, em momentos
históricos diferenciados, mudanças a modelos ou políticas que são surdas aos
anseios da coletividade.
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