Reproduzo matéria do Portal do Governo do Estado
Pará recebe certificação internacional de livre de febre aftosa com vacinação nesta quinta http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=101847
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 28/05/2014 14:57:00
Participam do evento o ministro da Agricultura, Neri Geller; o governador do Pará, Simão Jatene; representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) entre os quais o diretor geral, Sálvio Freire; o diretor técnico, Ivaldo Santana, e a gerente de Epidemiologia e Emergência da Adepará, Glaucio Galindo, além do representante do setor produtivo, o pecuarista Mário Moreira.
Na segunda-feira, 26, a comitiva brasileira foi recepcionada na Embaixada do Brasil na França, pelo embaixador brasileiro e pelo presidente da OIE, Bernard Vallet. Durante a recepção, a comitiva foi informada e parabenizada pelo recebimento da certificação internacional de livre de febre aftosa com vacinação. A entrega do certificado será realizada nesta quinta, 29, na sede da OIE.
Em pronunciamento durante a recepção na embaixada brasileira, o governador Simão Jatene falou do potencial produtivo do estado do Pará e da importância da certificação para o Estado, que contribuirá com a segurança alimentar no mundo e com o credenciamento da oferta de proteína nobre, seguindo os padrões sanitários e ambientais determinados.
Mário Moreira, representante do setor pecuarista que integrou a comitiva, informou acerca da reunião de trabalho com o presidente da OIE, Bernard Vallat, que elogiou o trabalho em favor da conquista sanitária do estado do Pará. Vallat ressaltou a importância de se mostrar ao mundo que o Pará está livre de febre aftosa com vacinação. “Foi emocionante confirmar a credibilidade do trabalho que foi decisivo para a conquista desse reconhecimento internacional em relação à defesa pecuária no Pará, que contou com a participação e envolvimento dos servidores da Agência de Defesa Agropecuária, produtores rurais, representantes de entidades de classe e do esforço do Governo do Estado”, enfatizou Mário Moreira. “Esse momento marca a história da defesa agropecuária do Pará”, finalizou Mário.
Histórico
A busca pela mudança de status sanitário passou pela determinação de investimentos, tanto do Governo do Pará, como do Governo Federal, em torno das ações de defesa agropecuária e, de outro lado, pela conscientização dos pecuaristas do Pará. Juntos, produtores e técnicos da defesa agropecuária cumpriram as etapas exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Dessa forma, os municípios que integram as áreas II e III, Baixo Amazonas e Marajó tiveram suas propriedades reconhecidas como livre de febre aftosa.
No Pará, apenas os 44 municípios do sul e sudeste, que fazem parte da área I, possuíam o reconhecimento nacional e internacional como livres de febre aftosa, portanto, somente propriedades rurais desses municípios podiam comercializar nacionalmente e exportar o gado para regiões que já possuem a certificação.
Esse cenário começou a mudar efetivamente em agosto de 2013, ocasião em que se consumou o reconhecimento nacional de livre de febre aftosa com vacinação por meio do Ministério da Agricultura aos municípios paraenses que integram as regiões nordeste, Baixo Amazonas e Marajó. O reconhecimento credenciou o cumprimento da etapa seguinte, que foi a busca pela certificação internacional.
A partir de 29 de maio, mais de seis milhões de cabeças do Pará, localizadas em propriedades das regiões que estão recebendo a certificação internacional (áreas II, III e Marajó) poderão ser comercializadas entre os estados brasileiros e estarão credenciadas ao mercado internacional.
Para Mário Moreira, a certificação atestada por 187 países signatários da OIE proporciona um futuro ainda mais promissor para o agronegócio e para a economia paraense. “O reconhecimento é consequência do trabalho executado pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará, que buscou a mudança sanitária com o cumprimento de mais de 38 itens de exigências, entre os quais, a realização de inquéritos sorológicos; serviço veterinário de qualidade; vacinação com níveis de participação superior a 98%; implantação de GTA (Guia de Trânsito Animal) eletrônica e on line, implantação do PCCR - Plano de Carreira, Cargos e Remuneração da Adepará e demais melhorias na logística de trabalho e investimentos nas ações de defesa da saúde animal”, informou Mário Moreira.
Para Sálvio Freire, atual gestor da Adepará, a certificação abrirá as portas do mercado para comercialização nacional e internacional do rebanho paraense, seus produtos e subprodutos às regiões nordeste e oeste do Pará e no Marajó. Segundo Sálvio, o Pará será referência como fornecedor de produtos com qualidade. Com a certificação internacional a ser conferida pela OIE, o gado paraense e dos demais estados do Nordeste brasileiro vão se igualar sanitariamente e economicamente aos bovinos dos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. “Vamos ter mais oportunidades de negócios e mais clientes para o mercado paraense, que passará a ter uma carne mais valorizada e a matéria prima, que é o boi, mais credenciada!", declarou o diretor geral da Adepará.
Os dados da Adepará de 2013 confirmam que o efetivo bovino do Estado, que reúne as áreas I, II, e III e mais a Ilha do Marajó, já superou os 21 milhões de cabeças. A cada ano, a participação brasileira no comércio internacional vem crescendo. Segundo o Ministério da Agricultura, até 2020, a expectativa é que a produção nacional de carnes suprirá 44,5% do mercado mundial.
A bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no cenário mundial. Conforme o Ministério da Agricultura, o Brasil é dono do segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças, e desde 2004 assumiu a liderança das exportações com um quinto da carne comercializada internacionalmente e vendas em mais de 180 países.
O rebanho bovino brasileiro proporciona o desenvolvimento de dois segmentos lucrativos, as cadeias produtivas da carne e leite. O valor bruto da produção desses dois segmentos, estimado em R$ 67 bilhões, aliado à presença da atividade em todos os estados brasileiros, evidenciam a importância econômica e social da bovinocultura em nosso país.
O clima tropical e a extensão territorial do Brasil contribuem para esse resultado, uma vez que permitem a criação da maioria do gado em pastagens. Além disso, o investimento em tecnologia e capacitação profissional; o desenvolvimento de políticas públicas, que permitem que o animal seja rastreado do seu nascimento até o abate; e o controle da sanidade animal e segurança alimentar contribuíram para que o País atendesse às exigências de mercados rigorosos e conquistasse espaço no cenário mundial.
Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará
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